domingo, março 27, 2005

Em acrescento

... e aproveito o comentário lá deixado pelo 'zulu', de todos os amigos-comentadores aquele que melhor conheço pelos laços e cumplicidades que décadas de vizinhança formaram.
Deus me livre, e a todos os que tal diga algo, que as questões do passado que atingiram dimensões que levam povos a historicamente queixarem-se do comportamento abusivo doutros, políticos a borrar a pintura com excesso de tons que apagam massas de personagens do cenário-tema, sejam remetidas para os diplomáticos acordos das concessões mútuas, o discurso político usual, fast food que se come como se de (mau) purgante se tratasse.
Eu 'falo' de, nós, portugueses, nós belgas ou ingleses, franceses ou espanhóis, até holandeses e italianos, europeus de gema deste continente que fez o seu vizinho de quinta privada durante tempo a mais para disso não ter vergonha, e passar a algo mais concreto do que olhar com sorriso cínico para o lado e dar uns trocados, esse, colonizador, dever acções concretas ao colonizado mas, também se ele o exigir, um pedido de desculpas, povo a povo, povos a povos, histórias comuns com tanta e tanta página amarga.
E falo dos 'presidentes Guebuzas' e mais uma data daqueles que foram tão incompetentes que não só destruíram o sonho como a realidade, esses traidores de vidas que foram cortadas ao melhor bocado que aspiravam - à liberdade, à independência de braços nos braços, isso tudo e mais o sonho!, esses que vingaram nas novas cadeias burocráticas que só aceitaram quando viram que mantinham o poder na mão.
Falo do cinismo de quem não deverá adormeceder descansado com a memória de pedaços da sua vida, é um líder eleito num povo que sofreu os seus dislates revolucionários e, hoje, hoje em que dele se espera um arregaçar de mangas para o futuro, verifica-se que os fatos cinzentos do passado ainda olham da cadeira em frente ao espelho, sem que ele trate desse problema quando se olha, olhos nos olhos. E eu perdoo tudo, quem me conheçe sabe que assim o é. Eu, vulgar, normal, refilão mas de bom coração, igual a ti, a todos.
Ele sabe que perdoaremos tudo pois não há quem não tente enterrar o passado dos amargos, os dias em que se acumula o prematuro corte ao sonho com um exílio muito pouco simpáticamente estimulado pelo racismo institucionalizado em prática como medida revolucionária, o de cor e de feitio, estratégico, o racismo burocraticamente selectivo porque foi programado, e nisso tem há caras que deram as ordens, cérebros que as pensaram, que hoje deveriam falar quando sobem assim alto. Que raio! seria bonito porque é justo!
Há um sono mais suave quando se acredita na honestidade e bom carácter de quem governa e prezamos em dever respeitar.