As pitinhas
Desenganem-se os que esperam ler confidências luxuriantes, histórias de amores clandestinos e encalorados. As pitinhas, para mim que demorei a crescer na convivência com elas, as pitinhas sempre foram umas deusas, inatingÃveis, mas o seu culto era-me tão necessário como, sei lá…, um suficiente a matemática ou trinta escudos para um fim-de-semana, meia dúzia de bolos de creme na mesa ou uma manhã de sábado na praia do Miramar.
Por instinto e dedução das conversas que o ar traz, e pelas leituras empolgantes que se faziam aliadas ao pouco que se ia observando no comportamento dos ‘mais velhos’, claro que desde a idade própria me apercebi que das pitinhas viriam doces contÃnuos, mel cujo sabor todos gabavam e endeusavam, e à minha modesta parte dediquei sonhos e fantasias, derramei lágrimas e fiz poemas. Dediquei paixões à s pitinhas que me consumiam em vergonha com as suas risadinhas denunciadoras, morria de felicidade nos sonhos que alimentava e nos versos chorados que lhes fazia.
No culto das pitinhas havia os mitos que alimentavam esses sonhos pré-eróticos – e uso o pré pois falo dum tempo em que acreditava que a máxima felicidade seria alcançada no dia em que acariciasse uma perna de veludo, uma festa num seio, um beijo e uma carÃcia no cabelo… a minha juvenil sexualidade era alimentada com esses sonhos e cada hipótese dum fortuito toque num braço de tais ninfas, pitinhas, uma mão que fosse, o corpo inacessÃvel e tão prometedor de tudo o que se ignora como é o duma pitinha para um puto que cresce, cada esperança assim alimentada era em mim mote para devaneios Ãntimos em que me via tão feliz com a ‘minha namorada’ que os dias mais não eram que meros cenários dos episódios que construÃam e alimentavam essas paixões, as minhas com as pitinhas.
Sabem o que estou a recordar com esta escrita, e faz-me sorrir com a inocência malandra que já tive e, naturalmente, perdi neste percurso de viver? Estou a lembrar-me das praias do Miramar e do Dragão, apinhadas ao fim-de-semana, e das brincadeiras que fazÃamos na água, da inocente busca de erotismo nalgumas… em especial recordo-me das batalhas que se travavam dentro de água, por pares, elas encavalitadas aos nossos ombros e tentando derrubar-se mutuamente, ocasião magna para ferrar-se mão trémula e sem censura nem protesto nas pernas das pitinhas… é parvo, não é? mas é o que estou a recordar… do troque que parecia de seda, do vulcão de emoções que sentia e tudo fazia por disfarçar…
Para rematar o post poderia escrever que “cresci e as pitinhas também, e tudo mudouâ€�. Mas não, não terminou. Afinal continuo o mesmo puto tÃmido que adora as pitinhas e suspira por mÃticos amores perfeitos, pelo idÃlico do toque de seda do seu olhar. Continuo um puto e só desejo que as pitinhas do meu tempo assim me continuem a ver, pois os meus olhos e suspiros ainda é por elas que brilham e soam, pela suavidade com que me fazem sonhar. Ora sem poemas chorados, é certo, mas com a mesma irreverência malandra e também inocente com que lhes espreitava as pernas nas escadas do liceu, e com o coração tão apertado como quando as segurava nas mais deliciosas batalhas navais de que há memória nos anais.
Por instinto e dedução das conversas que o ar traz, e pelas leituras empolgantes que se faziam aliadas ao pouco que se ia observando no comportamento dos ‘mais velhos’, claro que desde a idade própria me apercebi que das pitinhas viriam doces contÃnuos, mel cujo sabor todos gabavam e endeusavam, e à minha modesta parte dediquei sonhos e fantasias, derramei lágrimas e fiz poemas. Dediquei paixões à s pitinhas que me consumiam em vergonha com as suas risadinhas denunciadoras, morria de felicidade nos sonhos que alimentava e nos versos chorados que lhes fazia.
No culto das pitinhas havia os mitos que alimentavam esses sonhos pré-eróticos – e uso o pré pois falo dum tempo em que acreditava que a máxima felicidade seria alcançada no dia em que acariciasse uma perna de veludo, uma festa num seio, um beijo e uma carÃcia no cabelo… a minha juvenil sexualidade era alimentada com esses sonhos e cada hipótese dum fortuito toque num braço de tais ninfas, pitinhas, uma mão que fosse, o corpo inacessÃvel e tão prometedor de tudo o que se ignora como é o duma pitinha para um puto que cresce, cada esperança assim alimentada era em mim mote para devaneios Ãntimos em que me via tão feliz com a ‘minha namorada’ que os dias mais não eram que meros cenários dos episódios que construÃam e alimentavam essas paixões, as minhas com as pitinhas.
Sabem o que estou a recordar com esta escrita, e faz-me sorrir com a inocência malandra que já tive e, naturalmente, perdi neste percurso de viver? Estou a lembrar-me das praias do Miramar e do Dragão, apinhadas ao fim-de-semana, e das brincadeiras que fazÃamos na água, da inocente busca de erotismo nalgumas… em especial recordo-me das batalhas que se travavam dentro de água, por pares, elas encavalitadas aos nossos ombros e tentando derrubar-se mutuamente, ocasião magna para ferrar-se mão trémula e sem censura nem protesto nas pernas das pitinhas… é parvo, não é? mas é o que estou a recordar… do troque que parecia de seda, do vulcão de emoções que sentia e tudo fazia por disfarçar…
Para rematar o post poderia escrever que “cresci e as pitinhas também, e tudo mudouâ€�. Mas não, não terminou. Afinal continuo o mesmo puto tÃmido que adora as pitinhas e suspira por mÃticos amores perfeitos, pelo idÃlico do toque de seda do seu olhar. Continuo um puto e só desejo que as pitinhas do meu tempo assim me continuem a ver, pois os meus olhos e suspiros ainda é por elas que brilham e soam, pela suavidade com que me fazem sonhar. Ora sem poemas chorados, é certo, mas com a mesma irreverência malandra e também inocente com que lhes espreitava as pernas nas escadas do liceu, e com o coração tão apertado como quando as segurava nas mais deliciosas batalhas navais de que há memória nos anais.
2 Comments:
continua... 'nós' andamos por aqui, aguardando mais...
Beijoka
PS. eheheheheh
Apenas suspirei.........realmente, ao fim deste anos todos sabermos que era isto que os meninos sentiam, desejavam...era assim que sonhavam.....fomos injustas, nós meninas/moças......Neste espaço internautico fica-se a saber....um tanto tarde, mas não a más horas....no derramar de emoções de homens e mulheres,como éramos e....o desencontro é a descoberta.......tão diferentes somos.........e tão iguais....
Enterneci-me e a nostalgia desceu como um tule.....Lindo.....gostei muito.........
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