Que farei com este voto?
Eu ouço-os falarem que o paÃs vai mal e acredito. Bombardeiam-me com números e previsões, acredito no negro naqueles e temo a crueldade nestas. E dia vinte vou votar…
Eu ouço dizerem em meias palavras que o Estado está à deriva, insolúvel como governável com tino, e acredito porque todos os que ao seu comando passaram o repetem, acrescentado mais uma vez que, desta, é que têm mesmo a solução milagrosa que antes disseram ter mas, pelos vistos, entretanto perderam-na. Mas dia vinte vou ter de escolher um deles…
Lembro-me de empresas falidas que miraculosamente se salvaram, enormes, mini estados nas suas áreas, mas também me recordo de outras que ruÃram quase sem aviso, naufrágios que ninguém anunciou e trouxeram tragédia a todos os que delas dependiam porque nelas gastavam saberes e energias. E dia vinte vou ter de votar em prometedores de milagres…
Entram-me pela casa dentro, violam os meus sentidos com promessas juradas e, muito sinceramente, não acredito em nenhuma, filhas da vontade e necessidade de ganharem, sabe-se lá o quê… e, dia vinte, vou ter de votar num deles mesmo não acreditando em nenhum.
Porque é que chegamos a isto, a esta mentira colectiva em que tudo se promete para haver algo que sobre e se acredite, dia vinte, quando eu for votar? Olho os lábios que debitam mentiras plásticas, velhas renovadas, para alimentarem a esperança, seduzir-me até dia vinte. Já não ouço, a ladainha tornou-se num zumbido desagradável, irritante, e nas promessas repetidas, mentiras descaradas e mascaradas, soam-me as desilusões passadas e recentes, tantas que ensurdeci. Mas, dia vinte…
Nos jornais, agradáveis porque silenciosos, lêem-se histórias de traições, ajustes de contas que me são alheios quando penso que há um paÃs que espera mais e não tão pouco e baixo, selvajaria polÃtica na luta por dia vinte, outros que da data se servem só para acertar contas antigas, luta de galos e galitos, tanto calculismo frio e eu aqui, trémulo quando penso que vou votar, dia vinte, arrepender-me a trinta e um.
Porque suspeito, infelizmente e pela experiência de anos a mais neste engano que me impingem, que daqui a quatro anos ou antes se mais algum fugir, vou sofrer de novo estas angústias, roer-me com estes pensamentos deprimentes acerca de mentiras e falácias, falências e números de circo de aldeia, quando, então, tiver de votar novamente num dia vinte qualquer.
SÃsifo? Ou só triste com tudo isto, tanta baixa igualdade onde a diferença pela honestidade era bem-vinda quando, dia vinte, mais uma vez desconfiado, eu for votar?
Eu ouço dizerem em meias palavras que o Estado está à deriva, insolúvel como governável com tino, e acredito porque todos os que ao seu comando passaram o repetem, acrescentado mais uma vez que, desta, é que têm mesmo a solução milagrosa que antes disseram ter mas, pelos vistos, entretanto perderam-na. Mas dia vinte vou ter de escolher um deles…
Lembro-me de empresas falidas que miraculosamente se salvaram, enormes, mini estados nas suas áreas, mas também me recordo de outras que ruÃram quase sem aviso, naufrágios que ninguém anunciou e trouxeram tragédia a todos os que delas dependiam porque nelas gastavam saberes e energias. E dia vinte vou ter de votar em prometedores de milagres…
Entram-me pela casa dentro, violam os meus sentidos com promessas juradas e, muito sinceramente, não acredito em nenhuma, filhas da vontade e necessidade de ganharem, sabe-se lá o quê… e, dia vinte, vou ter de votar num deles mesmo não acreditando em nenhum.
Porque é que chegamos a isto, a esta mentira colectiva em que tudo se promete para haver algo que sobre e se acredite, dia vinte, quando eu for votar? Olho os lábios que debitam mentiras plásticas, velhas renovadas, para alimentarem a esperança, seduzir-me até dia vinte. Já não ouço, a ladainha tornou-se num zumbido desagradável, irritante, e nas promessas repetidas, mentiras descaradas e mascaradas, soam-me as desilusões passadas e recentes, tantas que ensurdeci. Mas, dia vinte…
Nos jornais, agradáveis porque silenciosos, lêem-se histórias de traições, ajustes de contas que me são alheios quando penso que há um paÃs que espera mais e não tão pouco e baixo, selvajaria polÃtica na luta por dia vinte, outros que da data se servem só para acertar contas antigas, luta de galos e galitos, tanto calculismo frio e eu aqui, trémulo quando penso que vou votar, dia vinte, arrepender-me a trinta e um.
Porque suspeito, infelizmente e pela experiência de anos a mais neste engano que me impingem, que daqui a quatro anos ou antes se mais algum fugir, vou sofrer de novo estas angústias, roer-me com estes pensamentos deprimentes acerca de mentiras e falácias, falências e números de circo de aldeia, quando, então, tiver de votar novamente num dia vinte qualquer.
SÃsifo? Ou só triste com tudo isto, tanta baixa igualdade onde a diferença pela honestidade era bem-vinda quando, dia vinte, mais uma vez desconfiado, eu for votar?
3 Comments:
...pois... eh, pá, não levas isso tanto a sério!_muf', danada para a brincadeira.
eheheheheh!!!
Votar a 20 e arrepender-se a 31, de Março claro, Não será tarde?
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