Contributos recentes para a História da Barbárie
Joshyah, cidadão polaco de 13 anos, foi logo assassinado, poucas horas após ter saÃdo do comboio, não porque era mau aluno, partiu um vidro a um vizinho ou roubou uma pastilha elástica, não por uma razão tão estúpida como estas. Foi-o, porque na selecção à chegada foi-lhe apontado o lado da fila para a morte por estar de momento preenchida a quota de crianças, no campo de escravatura e extermÃnio para onde o levaram porque provavelmente teria o nariz torto quando crescesse, fama de forreta e uma religião diferente. E preenchida de momento, que quem escapasse à selecção no cais era um sobrevivente, um mês um veterano. Europa Central, há sessenta anos atrás
Os olhos que disseram ao seu bárbaro assassino o que era ser degolado, pertenciam a um homem de cinquenta e tal anos, inglês, que fez a tropa na idade certa e nunca mais pensos em tropas ou armas e só estava no último sÃtio onde deveria estar por causa dum contrato de trabalho no estrangeiro que ia aliviar em muito a reforma em que já pensava. Tinha gostos simples e era por toda a gente considerado um tipo agradável, mas tinha a cultura errada numa guerra santa em disputa pela monocultura. Além de gostar de futebol também tinha ideias polÃticas, mas eram totalmente irrelevantes quando se viu com o papel do pior protagonista num interminável filme de ódio fanático que só se ouve a si próprio. No ano passado, Médio Oriente.
No Chile, anos da generalada, aviões abatiam lastro humano que foi a tais voos forçado por pensar que se podia viver de forma diferente, e estava até disposto a votar esse sonho, acto cÃvico este que à s fardas provocava urticária. Há trinta anos, desta vez, eu ia entrar nos vintes, e vocês? Mais ou menos no tempo do Camboja e de vilas inteiras serem assassinadas, de a vida humana nada valer aos olhos do fanatismo ideológico de metralhadora e catana nas mãos.
Na Ã�frica Central, Dango Tembi e a sua famÃlia, hutus, foram chacinados por razões tribais tais profundas que envolvem a fé inabalável que uma tribo tem em como os seus são os naturais donos de todas as vacas do mundo e com obrigação de recolherem à sua posse tais bens que vejam dispersos, comportamento ancestral que com a mesma ancestralidade é odiado pelos vizinhos. E Dango até era vegetariano, mas a sua famÃlia era a errada na opinião de muita gente errada e armada. Anos noventas do século passado, nem há dez anos.
E na Sérvia, já nesta Europa tão nossa contemporânea que não podemos deixar que feche os olhos, a barbárie assassina também campeou, vizinhos e colegas de ontem chacinaram-se hoje porque descobriram de repente que os avós e os bisavós se davam mal. Mesmos noventas, do Tembi e a famÃlia serem chacinados.
Tanta página que nunca deveria ter sequer visto o seu papel produzido, quanto mais escritas como o foram. Tanta vergonha que devemos todos sentir. E tanto medo.
Os olhos que disseram ao seu bárbaro assassino o que era ser degolado, pertenciam a um homem de cinquenta e tal anos, inglês, que fez a tropa na idade certa e nunca mais pensos em tropas ou armas e só estava no último sÃtio onde deveria estar por causa dum contrato de trabalho no estrangeiro que ia aliviar em muito a reforma em que já pensava. Tinha gostos simples e era por toda a gente considerado um tipo agradável, mas tinha a cultura errada numa guerra santa em disputa pela monocultura. Além de gostar de futebol também tinha ideias polÃticas, mas eram totalmente irrelevantes quando se viu com o papel do pior protagonista num interminável filme de ódio fanático que só se ouve a si próprio. No ano passado, Médio Oriente.
No Chile, anos da generalada, aviões abatiam lastro humano que foi a tais voos forçado por pensar que se podia viver de forma diferente, e estava até disposto a votar esse sonho, acto cÃvico este que à s fardas provocava urticária. Há trinta anos, desta vez, eu ia entrar nos vintes, e vocês? Mais ou menos no tempo do Camboja e de vilas inteiras serem assassinadas, de a vida humana nada valer aos olhos do fanatismo ideológico de metralhadora e catana nas mãos.
Na Ã�frica Central, Dango Tembi e a sua famÃlia, hutus, foram chacinados por razões tribais tais profundas que envolvem a fé inabalável que uma tribo tem em como os seus são os naturais donos de todas as vacas do mundo e com obrigação de recolherem à sua posse tais bens que vejam dispersos, comportamento ancestral que com a mesma ancestralidade é odiado pelos vizinhos. E Dango até era vegetariano, mas a sua famÃlia era a errada na opinião de muita gente errada e armada. Anos noventas do século passado, nem há dez anos.
E na Sérvia, já nesta Europa tão nossa contemporânea que não podemos deixar que feche os olhos, a barbárie assassina também campeou, vizinhos e colegas de ontem chacinaram-se hoje porque descobriram de repente que os avós e os bisavós se davam mal. Mesmos noventas, do Tembi e a famÃlia serem chacinados.
Tanta página que nunca deveria ter sequer visto o seu papel produzido, quanto mais escritas como o foram. Tanta vergonha que devemos todos sentir. E tanto medo.
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