sábado, janeiro 22, 2005

Ainda sobre os erros de discurso

... dos políticos e, já agora, de todos os que põem o nariz fora da sua janela.
Eu pergunto se uma declaração sincera e honesta de assunção do erro, respectivos pedidos de desculpa se forem devidos, não granjeará mais votos que o silêncio ou, pior, arregimentação de claques e catatuas, tropas e oficial de dia.
Eu, que ando à caça de algo que ainda não entendi mas que não é de votos certamente, aproveito a deixa deste parágrafo para afirmar que, aqui em baixo, deixei mal traduzidas muitas coisas, amplexo confuso de ideias confusas donde até se extrairá em primeira colheita que terei más relações com a malta do tractor, do melão ou do tomate, marteleiros de zurrapas ou de finos Chardonnay. Nada disso. Sem pousio para refrescar a terra, em segunda colheita poderão ver-se outros potenciais frutos num post de rotina a que também assistiu o meu indeclinável direito a, quando calha, ser parvo.
Por exemplo direi que, assediado e seduzido por este calor de securas que, corpo falando, tão bem me sabe, não me esqueci daqueles que são os afectados mais prováveis, agricultores, e fiz análise sumária à 'kuestão' tendo prevalecido o benefício 'geral' sobre o prejuízo 'sectorial'. Porque, quando chove e os dias se tomam de cores escuras não tenho e não temos balcão de queixas, de seguradoras ou de subsídios. Aguenta-se e o mau humor campeia, Mr. Hyde de pés molhados que o Sol mantém em quarentena. Foi este o raciocínio que fiz, curto e básico, palavras ligeiras idem, individualista qb com etiqueta contrafraccionada de marca 'geral'. Erro meu, desculpas aos ditos agora apresentadas.
Explicado ou trôpego, voltando ao início do post antes deste complicadíssimo interlúdio pessoal, eis em nota de final que acho que os políticos não têm de ser pessoas perfeitas e dão argoladas como qualquer comum mortal o faz - exemplo, eu e os agricultores -, tendo mais vantagens em reconhecê-lo que tentando provar que costuma nevar no Algarve ou que as macieiras dão laranjas. Outro Sol sorriria no dia em que andaremos todos de esferográfica em punho, entretidos a acreditar neles. Temo que, nesse dia, só se vejam guarda-chuvas tão negros como a esperança que se desperdiça quando alguém se engana ou mente, toma de tal consciência, e não rectifica e pede desculpa.