Um dia
Sinto-me reflectivo, como se estivesse em perÃodo pré-eleitoral, naquelas horas em pesamos a decisão e naquele arrastar de pés final para que a minha opinião seja contada.
É da época, penso nos filhos, na famÃlia - o nosso pequeno mundo, e em todo o resto que existe, balanço de ano, eterno balanço de vida onde se valorizam as paixões ao espreitar do amargo dos insucessos.
Falta-me a anestesia das prendas, a agitação ritual e – porque não confessá-lo… a ilusão de normalidade que o espÃrito proclamado da festa induz, para sonhar essa Paz que deve ser o porto mais ambicionado por quem persegue faróis longe de praias, nos picos das ondas que a humanidade pulsante gera. É a festa perfeita, a mais politicamente correcta de todas e não quero perdê-la, - que não seja nesse dia que vejam que estou ausente, que tudo corra bem e o meu sorrir não seja de pânico por lembrar-me de como são falsas as ilusões.
É da época, penso nos filhos, na famÃlia - o nosso pequeno mundo, e em todo o resto que existe, balanço de ano, eterno balanço de vida onde se valorizam as paixões ao espreitar do amargo dos insucessos.
Falta-me a anestesia das prendas, a agitação ritual e – porque não confessá-lo… a ilusão de normalidade que o espÃrito proclamado da festa induz, para sonhar essa Paz que deve ser o porto mais ambicionado por quem persegue faróis longe de praias, nos picos das ondas que a humanidade pulsante gera. É a festa perfeita, a mais politicamente correcta de todas e não quero perdê-la, - que não seja nesse dia que vejam que estou ausente, que tudo corra bem e o meu sorrir não seja de pânico por lembrar-me de como são falsas as ilusões.
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Em Fevereiro ele vai a votos. Que pensará? Está na idade em que ‘ou avança ou não’, e recebeu o maior enxovalho polÃtico que assistimos nos últimos anos: despedido por incompetência. Flutua num mundo de interesses onde são mais as agulhas que furam o seu balão de ar que as mãos que o mantêm a flutuar. Em Fevereiro (se chegar até lá, se lá dentro não o despedirem antes do prazo, também…) vai ter o seu maior exame e onde todos adivinham o seu chumbo, e ele sabe que 'tem' de safar-se, como sempre fez desde que descobriu que era 'uma boa' ser polÃtico... Que pensará Pedro Santana Lopes, que armas utilizará em abuso de uso enquanto primeiro-ministro de gestão? Quem sempre olhou o Estado como sua segunda casa e gentil provedora das pequenas necessidades da sua outra vida, alcança o topo da decisão e vê-se dele afastado sem carta abonatória, não terá a tentação de, com o sempre eterno argumento da decisão polÃtica, carimbar uma campanha eleitoral (e incluo a terrÃvel pré) com a vergonhosa mancha da utilização do Estado e dos seus cofres como colador de cartazes? Bagão vai engolir mais uns sapos na ‘negociação’ dos aumentos, as vÃrgulas do Orçamento vão ser espremidas para subsÃdios avulsos que ultrapassem o máximo orçamentado, aprovado em parlamento? Os aumentos no Estado são a bitola que é sempre vista em cima das outras mesas, o dito ‘tecido produtivo’. Adivinho greves, adivinho o PC a ressuscitar a CGTP como força de combate de rua e o Jerónimo na primeira fila em cantares alentejanos, vejo Sócrates metido em maus trabalhos – e que não pense em Jaime Gama na AI, que fico logo desconfiado em relação a todo o resto.
Anos 70’s, uma manif no Largo do Camões, um morto pela PolÃcia; ele era o ministro e nunca o li desmentindo que a ordem de carga tenha sido sua, pois a tal nÃvel chegou o lavar de mãos subalterna. Nada de especial, dirão, há dezenas de anos que infelizmente morrem manifestantes em Portugal, em ditadura e em democracia. É uma das minhas desconfianças de estimação, pois vivia em Lisboa quando aconteceu e impressionou-me muito que um ministro socialista mandasse reprimir em força uma manifestação de esquerda. Não estava lá, mas podia ter estado: eu vivia por lá e assisti a tantas cuja convocação desconheci e que até achei bem argumentadas, pelo que podia esta ter-se-me cruzado nas calçadas lisboetas.
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Hoje não está ser um bom dia, chega de pensamentos, argumentos ou memórias. Vou convidar a Carla para ir comigo lanchar uma bifana, destas tÃpicas de Almeirim feitas no bom pão caseiro que por cá se chama "caralhotas" :-)
3 Comments:
Ideia inteligente: ouvires a Carla!!! _ mas, depois, dá a receita...beijo ao pai e à filha, IO.
Excelente post.Olha outro dia apresentaram-me as "caralhotas", achei que estava a ser levada como de tantas outras vezes. Tipo, OK, porreiro, olha agora não te posso atender tou com uma "caralhota" na boca,ou, aperece lá em casa e traz umas "caralhotas".Beeemmmm.
Afinal é pão caseiro tipico do Ribatejo e até vai ser certificado. Ainda não provei.Só comigo.Beijus.Elsa.
Comi uma "caralhota" na passada quarta feira acompanhada pela bela da sopa da pedra, aà no Toucinho da tua terra :) Abraço
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